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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 846-2

846-2

KEFIR E BISFENOL A: UMA RELAÇÃO TÓXICA?

Autores:
Beatriz Santana de Oliveira (UERJ/ZO - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, CAMPUS ZONA OESTE) ; Marcelle Ferreira Vieira (UERJ/ZO - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, CAMPUS ZONA OESTE) ; Carlos Eduardo Gaspar Marinato (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, CAMPUS MARACANÃ) ; Marcos Thalyson da Conceição Moreno (UNIGRANRIO - UNIGRANRIO) ; Eidy de Oliveira Santos (UERJ/ZO - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, CAMPUS ZONA OESTE) ; Alexander Machado Cardoso (UERJ/ZO - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, CAMPUS ZONA OESTE) ; Jessica Manya Bittencourt Dias Vieira (UERJ/ZO - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, CAMPUS ZONA OESTE)

Resumo:
A poluição ambiental aumentou proporcionalmente com o aumento da produção e consumo do plástico nas últimas décadas principalmente devido ao seu descarte incorreto. Ao ser exposto a fatores ambientais, como variação de temperatura e pH, o plástico libera compostos, tais como, o Bisfenol A (BPA). Ao entrar em contato com o ser humano, o BPA atua como xenoestrogênio interagindo com diferentes receptores hormonais, o que pode causar doenças cardíacas e metabólicas, além de outros efeitos tóxicos para o organismo. Esse contato pode ocorrer por via digestiva, respiratória ou por contato direto, através da sua migração para o ambiente ou produto em contato com embalagens plásticas expostas ao calor, por exemplo. Em decorrência disso, possíveis vias de degradação do BPA têm sido estudadas, dentre as quais a degradação por via microbiana. Contudo, poucos estudos foram realizados com microrganismos de origem probiótica. Os microrganismos probióticos são microrganismos vivos que quando consumidos em determinada quantidade beneficiam o hospedeiro e estão relacionados com a regularização da microbiota intestinal, aumento da imunidade, melhora do metabolismo e ainda parecem estar associados a reversão e prevenção de doenças cardíacas e metabólicas. Nesse contexto, o presente estudo tem o propósito de identificar microrganismos presentes em amostras de Kefir, probiótico amplamente consumido, de leite e de água para isolar microrganismos com potencial de degradação do BPA. As amostras utilizadas foram recebidas a partir de fontes doadoras de Kefir e foram cultivadas em laboratório para análise da microbiota a fim de identificar cepas isoladas através do Vitek-2 Compact. Os resultados preliminares indicam a presença de três espécies de bactérias gram positivas pertencentes a gêneros descritos na literatura como parte da microbiota do Kefir, a Kocuria rosea presente na amostra de Kefir de água, Leuconostoc mesenteroides spp. cremoris, na amostra de Kefir de leite e Staphylococcus haemolyticus presente nas duas amostras. Essas espécies normalmente estão associadas a saborização ou aromatização do alimento. Ensaios de PCR e sequenciamento por rRNA16S estão sendo realizados para confirmar a identificação das espécies. Além disso, outras cepas isoladas das amostras de Kefir de água e leite estão sendo identificadas tanto por métodos dependentes quanto independentes de cultivo, além de ensaios da atividade das cepas estudadas em exposição ao BPA.

Palavras-chave:
 BISFENOL A, KEFIR, MICROBIOTA


Agência de fomento:
FAPERJ